quinta-feira, 9 de dezembro de 2010



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Uma carta de uma musa ao seu poeta-


Caro senhor, não pude mais permanecer ao seu lado. Algo me amedrontava, me tirava o ar, e eu só era luz.
Em um eclipse essa luz se tornou carne, sentiu vários sabores e texturas. Me sinto confusa, por tê-lo deixado sem um único adeus, mas eu precisava sentir o que você sente. A cada verso seu que eu lia, me crescia uma inveja, uma vontade de saber como é. 
Aposto que você sentiu que eu fazia parte de você, e que ao me perder, perderia também sua alma, seu coração; mas isso não é verdade. Você é especial, tem uma alma, tem luz própria e nunca estará incompleto.

Me desculpe por não iluminá-lo mais.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

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Eu gosto do cheiro da chuva ao anoitecer. O modo como chega sem avisar. Sinto que alguém está segurando a minha mão, dizendo que de maneira nenhuma, estarei sozinha. Eu não vejo seu rosto, não sei como se sente. Mas não me importa. Tudo que me importa é o tempo, o tempo que passo segurando estas mãos na chuva.
Eu não vejo nada. Nada de mentiras. Só mistério. O mistério é o meu lar, meu refúgio. Ah , como desejo ver o dono destas mãos que me confortam, que me aquecem. Não queria que me deixassem nunca, mas é inevitável...  Por favor, me perdoe. Lamento não ter dito adeus.
A chuva é só a chuva. Mas ela sabe ser diferente.



 
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